quarta-feira, novembro 04, 2009
Quem é?
Quem é aquele?
O perdão se fez carne.
A misericórdia andando entre nós?
Confunde-nos, quebra-nos com doçura.
Quem é este?
Todos queremos saber.
Não é comum.
Não é discreto.
Não para amar.
Quem é Ele?
Louco, a tocar impuros!
Oferece abrigo, mas não tem onde morar!
Quem é Você?
Aqui, tão perto, me dizendo "não temas".
Quando me vi, já estava a caminhar.
Eu sequer sabia andar! Leve!
Tu és o Cristo o Filho de Deus.
Feliz aquele, que por graça, te confessar!
Ricardo F. Silva
Livre, preso, pleno em Cristo.
04 de outubro de 2009
quinta-feira, outubro 01, 2009
O preço de Deus
“Os olhos dela não piscam. É Magnólia comprando Deus pela TV, ao vivo e a cores, em espécie ou cheque. Ela telefona, alguém intermedeia, analisa o pedido, faz o orçamento. Fecham negócio. Fecha os olhos, recebe a benção. Quase de graça. Quase.
Adora-se o dinheiro, adora-se deus, adora-se as bençãos da trindade deus-dinheiro-deus, adora-se as bençãos, adora-se (a-si-mesmo), adora, a dor, ah...”
Boa parte da cristandade endossa o consumismo moderno e o afirma em suas teologias. Deus pode ser comprado pela TV- ao vivo e a cores ou internet- em tempo real pelo fruto do dinheiro-trabalho-mérito. Os shoppings se erguem como o atual templo de mamon. Nunca se quis tanto ter, nunca ser.
O imediatismo quer tudo para ontem. A religião-igreja supre o mercado espiritual com seus ritos mágicos de prosperidade e sua fórmula paz-paz. Não há paz. Preenche os anseios dos que querem ter e ter-sem-fim. Ter Deus. Ter dinheiro. A química do 2 em 1: Shampoo e condicionador.
Os templos Shoppings lotados, crescem vertiginosamente, revelam que o deus mamon está em plena atividade e domina a liturgia social. A mídia, publicidade e propaganda são seus missionários em tempo integral. Nós, devotos, queremos a moda. Queremos agora. Mesmo por apenas uma estação. Deuses descartáveis a cada 3 meses. Adaptáveis a imagens de toda sorte, status-a. Confortáveis às ultimas necessidades do momento: Dá e dá. Ao preço do nosso dinheiro, fruto do nosso pesado-suado-trabalho-mérito. Repetir Caim, matar Abel.
O evangelho que não nos mede pelo que temos, nos ensina a crer e ser-como-Ele-É: vazio de glória e posse. Vazios de si. Ora, o que temos é dádiva a se compartilhar. São Francisco de Assis em seu radical voto de pobreza nada tinha, com isso, nada tinha a perder! Thoreau, filósofo da natureza, apontava a riqueza de um homem pelo que ele pode prescindir, e a pobreza pelo fardo do ter.
Amigos o evangelho nos des-pré-ocupa: nossas necessidades Deus supre. Com a dádiva do trabalho honesto e a dádiva do descanso. Com a dádiva da fé. Consumamos exaustivamente, diariamente, freneticamente, comunitariamente: as vestes do cordeiro, o pão da vida, a água que mata a sede, o colírio que abre os olhos, o vinho novo. De graça. Simples assim. Creia!
Se desejar medite: Mt 6:19-24; Ap 22:17 e 3:17-18; Is 55: 1-2; Jo 6:35 e 7:37-38
Ricardo F. Silva
Livre, preso, pleno, em Cristo.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
À derivar...
Que saudade dos meus filhos!
Saudades da muié
De meus amigos, de mim
De tudo o mais
e do nada, sequer
Não escrevo como quem morre
Mas vivo a ler Bandeira
Augusto dos Anjos
Algumas freiras
E a verdade
Pobre mente infeliz
Nunca viu, nunca veu
nem veio, sem sorte foi
Deus,
Para onde, longe, mesmo, veio?
Ricardo Ferreira
"Nuwanda"
20-02-09
Meu queijo, meu doce, meu algo mais
Deus me livre das capitais
e das dores sem cura
em meu intimo, condeno
a censura
Não quero dormir, nem respirar
em provações, parciais ações
daqui
de lá
o verde me invade os olhos
me saúdam
saúde!
aqui, posso amar (sem mar)
Tomara com sorte, em morte
poeta mineiro me tornar
antes, obstante
quero apenas pão de queijo (pão de versos)
quero apenas amar
Quero a vida, a cruz
do nosso Senhor
viver em graça, com café
vadiar
oxalá!
Ricardo F.
20-02-2009
........................
"Minas um Belo Horizonte, Minas por trás dos montes, Minas só pra te amar... Três Corações..."
João Alexandre.
Regressos
Capuccinear
Capuccino da Alameda Santos
que saudade Anderson!
A fumaça no ar
A leveza, do falar
Queria te tomar por filho
O Lucas também
Esse nunca será médico
a poesia lhe cai bem
O café mais negro
Profundo
Aos vossos lados
sempre desfrutar
Que os anos sejam piedosos
Amigos!
Não falte poesia, arte, cristianismo
para juntos, questionar.
Ricardo F.
20-02-2009
sábado, fevereiro 14, 2009
Éssepê
As filas me saúdam
condicionadas por pontos vermelhos
adiante
A expectativa do movimento
externo
ao verde imperativo
sorrisos
À parte de dentro
incondicionada
espero repouso
em qualquer ponto (porto)
Escrevera eu antes
sobre efeito de ópio
canarinho
agora insone
sobre mim
concreto, sãopaulino
Oh, que tristes!
as veias, do velho, Tietê!
Corro, corro, corro...
só, corro
Fui atingido
pelos outros
corredores
da morte
...........................................
Ricardo F. Silva
"Nuwanda"
quinta-feira, fevereiro 12, 2009
Movimento
Sobre a calha e o telhado
a chuva
sonora, visível
tranquila
discursa sobre algo
O branco, o cinza, o chumbo
nada é mais belo
que as árvore, e
imprimem movimento
paradas
cercando o firmamento
branca
cinza
amarela
Que a fome me
ataque
que a morte me
cerque
Mas eu nunca deixe
a Vida
Escorrer, parada, sem dançar
nas calhas do tempo.
...
Ricardo F. Silva
"Nuwanda"
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
Passarim mineiro
O passarim disputa
consigo mesmo
o caído
pão de queijo
no asfalto
Adrenalina na veia
voos e des-voos
volta
desejoso
do nectar mineiro
caido no asfalto
O bondoso
descuido
do feitor de pães
que o derrama
à alimentar, à revelia
incosciente, inconsequente
Faz com canção
o passarim asfáltico
agradecer
...
Ricardo F. Silva
"Nuwanda"
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
Coríntios 13
E aos povos irmanar em puras intenções
Deve ser doce, enfim, a língua angelical
Clamar com os serafins o Nome sem igual
E se eu profetizar, mistérios desvendar
Saber qual a razão de estrelas na amplidão
Se eu não tiver amor, de nada valerá
Eu viverei só pra saber o que é viver em vão
Quisera fé maior pra que eu vencesse o mal
E ao Pai servir melhor, pureza mais real
Oferecer os bens a quem mais precisar
Ir longe, muito além, a vida entregar
E eu que nada sou, não tenho muito a dar
Mas se eu tiver amor na vida que eu levar
Eu saberei , então, que o pouco que eu fiz
Não foi em vão, valeu a pena sentir meu Deus feliz!
sexta-feira, janeiro 16, 2009
terça-feira, janeiro 13, 2009
A luz nem era assim tão clara...
A luz nem era assim tão clara...
Quando meus olhos
----------------se fecharam
------------------------a dor abriu-me o peito
---------Sentimento sem respeito,
Sem mácula
--------tão perfeito
----------------tal defeito!
Caminho que finda na escuridão
...
Meus sapatos guardam réstias
--------------------------de estradas
---------------------------------trilhadas outrora
A luz nem era assim tão clara...
--------------------------e a perfeição já gritava
--------------------------------------------nos meus olhos (?)
Acorda!
-----já é hora!
----------vida que te custa a morte!
Riso que te custa
-------------lágrima (s)
------------------luz que te paga o breu.
Vida que pariu o medo
-----------------ao leste o abrigo
-----------------------------do afogado verso
Sem brio
-------Sem cor
-------------Sem sentido
----------------------com dor
------------------------------temo a vida!
..........................................................................................................
Com a honra da parceria gulariana de Lucas de Oliveira,
poeta e calvinista contrariado.
Abraço.
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Sobre a dor deixada...
Fica uma dor e ainda bem
é bom deixa-la e partir
não levarei-a
talvez não para sempre
e assim não será
por algum momento sou livre
sou pleno
e existo
Não teve pão de queijo
e não-pouco doeu
e chorei
e compreendi
a morte
é o fim para vida
Agora que me falta morrer
Caminho para o matadouro
sem laços que não sejam amor
sem caminhos que não sejam ternura
sem vida que não seja entrega
sem droga nas sacolas
sem merda na cabeça
sem estar alto
me elevo
E não posso mais morrer
a vida me alcançou bela
e triste
partiu
não para sempre
mas já não importa
agora que sei que és triste e feliz
viver
Agora é o tempo
é o tempo
o tempo de partir
sem dor
E me entregar para doer
E que doa mais que
a dor que eterna carrego, dentro de mim
e se for, o que duvido
eu rirei na cara dela
e chorarei
feliz pelo privilégio de sentir
algo que fere, não morre, não-mata
não mais...
...................................
E se sempre doer...
ainda,
poderei amar.
Ricardo F. Silva
(Nuwanda)
"E é só você que tem a cura pra meu vicio de insistir, nessa saudade que eu sinto... de tudo que eu ainda não vi."
Indios - Legião Urbana