terça-feira, junho 12, 2012


                    Amendoeiro em flor. 1890. Van Gogh. 


A possibildade de primavera me encerra
me embala os ultimos dias de inverno
acalenta a esperança, me afeta

esperar com data é espera incerta
Estações esquisitas, mundo pós-moderno

esperar ao léo, é fé premiada
esperar melhoras é recurso raro, alheio, ao lado
mas quem espera, sempre a-certa.

Se orasse dores e sussurrase amores,
colheria invernos, pelos tempos distantes (que época!)
Sorrio, passo adiante, logo, será primavera.

Ela vem para dizer que nem tudo é inverno
Que no meio, no fim, no ínicio, tudo já está certo
Em ti, Senhor, espero um dia não,
espero todos eles, um por um.

Dizem que é vão:
Sei não, espero como quem sonha.
Como com saudades.
Como quem vive perdido,
mas não perde a vontade:
Ver teu Reino por estas bandas de cá,
como é do lado daí. 

Cansei de desistir, já cruzei uma linha sem volta.
E se volto (por vezes!), temo não.
Não poderia ir a outro lugar que não a Ti.(Senhor!)
Des-caminhos são curtos, a vida será longa. (Eterna!)
Tá tudo muito bem resolvido, os dias entrego,
e enquanto for inverno, será desejo de primavera.

Ricardo Ferreira Silva
Livre, preso, pleno, em Cristo.