sábado, outubro 27, 2007

O Pensador

Imagem: RODIN, A. O Pensador; Museu Rodin, Paris.

Seu modo principal de viver é focado internamente, lidando com eventos de maneira racional e lógica. Seu modo secundário é exteriorizado, através do qual você absorve fatos primariamente através de sua intuição.

Você vive num mundo de possibilidades teóricas. Você vê tudo em termos de como essas coisas podem ser melhoradas, ou em como podem ser transformadas. Você passa a maior parte do seu tempo dentro de sua própria mente, fazendo uso da sua grande capacidade de analisar problemas complexos e de identificar padrões que se repetem, criando explicações lógicas para eles. Você busca a clareza em tudo, e é voltado para a construção de conhecimento. Você é o típico “professor lunático”, que valoriza muito a inteligência e a habilidade de aplicar lógica a teorias para encontrar soluções para os mais diversos problemas. Você é tipicamente tão voltado para transformar problemas em explicações lógicas que passa muito tempo vivendo dentro de sua mente e pode não colocar muita importância no mundo exterior. Sua inclinação natural a transformar teorias em compreensão concreta pode se tornar um sentimento de responsabilidade pessoal de resolver problemas teóricos e de ajudar a sociedade a se mover em direção a um nível mais elevado de conhecimento e de auto-compreensão.

Você valoriza o conhecimento acima de tudo. Sua mente está constantemente trabalhando direcionada a gerar novas teorias ou a comprovar ou a derrubar teorias existentes. Você aborda problemas e teorias ao mesmo tempo com entusiasmo e ceticismo, ignorando as regras e opiniões existentes, e definindo sua própria abordagem para a solução. Você busca por padrões e por explicações lógicas para quaisquer coisas que te interesse. Em termos gerais, você é uma pessoa um tanto genial e capaz de ser objetivamente crítico em suas análises. Você adora novas idéias, e fica muito empolgado com conceitos e com teorias abstratas, obtendo muito prazer em discutir esses conceitos com outras pessoas. Você pode parecer “com a cabeça nas nuvens”, alienado e distante dos outros, pois gasta muito de seu tempo dentro de sua mente, pensando sobre teorias de como as coisas funcionam. Você odeia trabalhos rotineiros e prefere muito mais construir soluções teóricas complexas, deixando a parte de implementação dos sistemas para outras pessoas conduzirem. Você é intensamente interessado em teorias, e gasta, sem problema algum, muito tempo e energia para encontrar a solução para um problema que tenha intrigado seu intelecto.

Você não gosta de liderar nem de controlar as pessoas; é muito tolerante e flexível na maioria das situações, a não ser que uma de suas fortes crenças seja violada ou desafiada, em cujo caso você adotará uma postura bastante rígida. Você tende a ser bastante tímido quando conhece novas pessoas, mas por outro lado, é muito autoconfiante e gregário quando junto a pessoas que você conhece bem, ou quando discute teorias que você compreende em total plenitude.

Você não compreende nem valoriza decisões tomadas com base em subjetividades pessoais e sentimentais. Você luta constantemente para chegar a conclusões lógicas para problemas e não entende a importância ou a relevância da aplicação de considerações subjetivas e emocionais às decisões. Por essa razão você nem sempre percebe o que as outras pessoas estão sentindo, e nem está naturalmente equipado para atender às necessidades emocionais delas.

Você pode ter um problema com auto-engrandecimento e com rebeldia social que pode vir a interferir no seu potencial criativo. Sendo que o seu Sentimento é a função menos desenvolvida, você pode ter dificuldade em dar o carinho e o apoio que é sempre necessário nas relações íntimas. Assim, se você não perceber o valor em ser cuidadoso com os sentimentos das pessoas, você pode se tornar excessivamente crítico e sarcástico para com elas. Se você não for capaz de encontrar um espaço nesse mundo onde você possa fazer uso de suas fortes habilidades, você pode acabar se tornando uma pessoa extremamente pessimista e cínica. Se você também não desenvolver seu lado Sensorial/concreto o suficiente, você se encontrará “desligado” demais do seu ambiente, e demonstrará essas fraquezas na execução de tarefas do dia-a-dia, como pagar as contas ou se vestir apropriadamente.

Para você é extremamente importante que as idéias e que os fatos sejam expressos de uma maneira correta, clara e consistente. Talvez isso seja porque você prefere se expressar através do que você acredita ser verdades absolutas. Às vezes sua compreensão já completa de uma idéia não é facilmente compreendida pelos outros, e não é normal que você tente reorganizar melhor o que você falou para explicá-la de uma maneira que os outros compreendam. Você pode também ter uma tendência a abandonar um projeto assim que você entenda seu funcionamento, pulando para a próxima idéia. É essencial que você dê importância a explicar as teorias que você desenvolve através de maneiras compreensíveis. Afinal, uma descoberta sensacional de nada significa se você é a única pessoa que a compreende.

Você é uma pessoa bastante independente, original, e nada convencional. Não é provável que você coloque muito valor em valores convencionais como os de querer ser bem aceito por todos ou por querer segurança em todos os aspectos da sua vida. Você possui um caráter complexo, e tem uma tendência a ser inquieto e temperamental. Fortemente engenhoso, possui padrões de pensamento que o permitem analisar idéias de através de novas maneiras. Conseqüentemente, diversas mudanças relacionadas ao pensamento científico mundial foram feitas por pessoas como você.

Você se encontra no seu meio ideal quando pode trabalhar com suas teorias de maneira independente, num ambiente que ofereça apoio ao seu gênio criativo e até mesmo excêntrico. Se esse for o caso, você poderá alcançar feitos memoráveis. Pessoas como você são pioneiras, contribuindo com novos pensamentos e idéias para a nossa sociedade.


Introverted intuitive Thinking Perceiving

http://wiki.inspiira.org/cgi-bin/bin/view/Persona/INTP

Teste de personalidade bem bacana do site acima.
Claro que acrescentaria o traço obsessivo, por ser obsessivo. ^^

terça-feira, outubro 23, 2007

"Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido." *
Walden ou a Vida nos Bosques- Henry David Thoreau
parte 6


Capítulo 2: Onde, e para que vivi

"...porque um homem é rico em proporção ao número de coisas de que pode prescindir."
pag 72

"Cada manhã era um aliciante convite para tornar a vida igualmente simples e, digo até, inocente como a própria natureza."
pag 76

"A manhã, o período mais memorável do dia é a hora do despertar. (...) Pouco se pode esperar do dia, se a isto pode chamar de dia, para o qual não fomos acordados, por nossas próprias forças recém adquiridas e aspirações íntimas, acompanhadas de ondulações de música celestial em vez de sirenes de fábricas, e de uma fragância a encher o ar- para uma vida superior àquela em que caímos adormecidos; e assim a escuridão produz seu fruto e se mostra não menos importante do que a luz. O homem incapaz de supor que o dia contém uma hora mais matinal, mais sagrada e mais radiante do que aquela que já profanou, desesperou-se da vida e envereda por um caminho escuro e em declive."

"Não importa o que dizem os relógios ou as atitudes e ocupações dos homens. É manhã quando acordo e há em mim um amanhecer."

"Estar acordado é estar vivo. Até agora nunca encontrei um homem inteiramente acordado. Como poderia tê-lo encarado?"

pag 77

"Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente..." *
pag 78

"Por que teríamos de viver com tanta pressa, esbanjando a vida? decidimos morrer de fome antes de sentir fome."
pag 79

"Vivamos o dia de modo tão deliberado como a natureza... (...) estejamos dispostos a aproveitar o dia."
pag 82

"Apaziguemo-nos, labutemos e pisemos com esforço em meio à lama e ao lodo de opiniões, preconceitos, tradição, enganos e aparências... (...) por intermédio da poesia, da filosofia e da religião, até que encontremos um chão duro e com pedras, que possamos chamar de realidade, e dizer: ei-la, não resta a menor dúvida;"
pag 83

"Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido."
Walden ou a Vida nos Bosques- Henry David Thoreau
parte 5


Sobre o bem e o mal:


"Não há cheiro pior que o que emana da bondade corrompida. (...) se eu soubesse com toda certeza que um sujeito vinha em direção de minha casa no firme propósito de me fazer o bem, correria em disparada... (...) correria de puro medo de que conseguisse me fazer algum bem, de que esse vírus se misturasse ao meu sangue. Não, neste caso prefiro sofrer o mal espontaneamente."

"Em cada mil pessoas podando os galhos do mal há uma tentando arrancá-lo pela raiz, e é bem possível que aquele, que dedica a maior parte de seu tempo e dinheiro socorrendo os necessitados, esteja contribuindo com seu modo de vida para gerar a mesma miséria que se esforça em vão pra aliviar."


"A bondade do homem não deve ser um ato avulso e transitório, mas um transbordamento constante que não lhe custe nada e do qual esteja inconsciente. (...)Deveríamos transmitir nossa coragem e não nosso desespero, nossa saúde e bem estar, e não nossa doença, e acautelar-nos para que esta não se espalhe por contágio."

"Não vos limiteis a ser provedores de pobres, mas tentai tornar-vos as próprias riquezas do mundo."
entre as paginas 66 e 69

com esses excertos finda o extenso capítulo 1: economia.
recomendo a todos a leitura do livro integralmente!
que cada um com sua percepção colha frutos diferentes daqueles que colhi, e se deliciem na profundidade desse tratado sobre a natureza e a vida...

abraços!
continua...

terça-feira, outubro 16, 2007


Casa construida por Thoreau nos bosques de Concord

"Antes que o inverno chegasse construí a chaminé e recobri as laterais da casa, já impermeáveis à chuva..."
Walden ou a Vida nos Bosques- Henry David Thoreau
parte 4


Sobre o belo:
"Antes de podermos adornar nossas casas com belos objetos as paredes devem estar nuas, nossas vidas devem estar despojadas, deve haver a base de uma boa administração doméstica e de uma vida harmoniosa. Todavia, o gosto pelo belo cultiva-se mais ao ar livre, onde não há casa nem caseiro."

pag 40

Sobre a construção da sua casa:
"Eram agradáveis dias de primavera, o inverno do descontentamento humano derretendo-se junto com a terra, e a vida que tinha jazido letárgica começava a se espreguiçar."
pag 42

"Mas dadas as circunstâncias, julguei que aumentava o valor da terra me estabelecendo nela."
pag 59

Sobre monumentos:
"Muita gente se preocupa com os monumentos do Ocidente e do Oriente, quer saber quem os construiu. De minha parte, gostaria de saber quem nesta época deixou de construí-los, quem estava acima de tais ninharias."
pag 55

Sobre a alimentação:
"E dizei-me que mais pode desejar um sujeito razoável, em tempos de paz e dias comuns, que um bom número de espigas de milho verde cozidas a que se acrescentou uma pitada de sal? (...) contudo os homens chegaram a tal ponto que amiúde morrem de fome, não por falta do necessário, mas por falta do supérfluo."
pag 57

Sobre bens:
"Nos dias atuais ultrapassaria as forças de um homem com saúde apanhar sua cama e sair andando, e eu certamente aconselharia a um doente que a deixasse no chão e corresse. Quando encontrei um imigrante cambaleando com uma trouxa que reunia seus pertences- parecendo até um enorme bócio que lhe tivesse crescido na nuca- tive compaixão dele, não porque a trouxa fosse tudo que possuía, mas porque possuía tudo aquilo pra carregar."
pag 61

Sobre o comércio:
"Mas aprendi então que o comércio amaldiçoa todas as coisas que toca; e ainda que negocieis mensagens celestes, a maldição inteira do comércio acompanha a transação."
pag 63

Sobre seu modo de vida:
"Não gostaria que alguém adotasse meu modo de vida por motivo nenhum; pode ocorrer que antes que o aprenda, eu já tenha descoberto outro pra mim, e além disso desejo que haja no mundo tanto quanto possível pessoas diferentes. Gostaria, sim, que cada um se empenhasse em descobrir e seguir seu próprio caminho, em vez do trilhado por seu pai, sua mãe ou seu vizinho. Que o jovem construa, plante ou viaje, contando que não seja impedido de fazer aquilo que, segundo ele, gostaria de fazer."
pag 64

excertos do Capitulo 1- Economia


continua...



sexta-feira, outubro 12, 2007



Sobre solidão e ir

...e era como se Deus estivesse ali com ele.
a ouvi-lo e compreende-lo.
em si ele sabia-ser puro desatino.
sozinho chorava.
embora nunca tivesse ser-sentido tão acompanhado.
sentia o peso do existir e do emergir.

sabia que nao podia desistir, pois não foi assim que foi feito.
perdida estava a inocência da facilidade de viver.
embora nada mais pudesse fazer.
além do prosseguir para o qual foi feito..
para onde? ele muito perguntou.
mas certo era que o ir-em-frente foi-ser um constante salto no vazio.
um profundo sofrer-ansiar.
um grande des-conhecido.
co-nhecido.
pela fé que não se explica apenas pelo sorrir enquanto chora-ser.
em completo acompanhado.
mas também só e a-bando-nado.
e livre.

e era como se tudo que buscasse sentido.
perdesse sentido.
e ele sabia.
prosseguir.
viver.
e não desistir.

e ele jamais soube que não existia solidão.
todo aquele sentir-só.
era só-sentir-se(r).


Grande abraço
Ricardo F. Silva

quarta-feira, outubro 10, 2007


Henry David Thoreau (Concord, 1817 - 1862)
parte 3

Filósofo transcendentalista norte-americano formado em Letras pela Universidade de Harvard. Discípulo de Ralph Waldo Emerson (1803-1882), chegou a ser preceptor de sobrinhos deste filósofo, residentes em Staten Island. Defendia o individualismo irrestrito e a busca de cada um do seu próprio caminho. Em 4 de julho de 1845, decidiu morar sozinho numa cabana construída por ele mesmo às margens do lago Walden, em meio à floresta de Concord. Essa temporada durou até 6 de setembro de 1847. Em 1846, numa de suas idas à vila de Concord, foi preso por se negar a pagar impostos a um Estado que mantinha a escravidão e sustentava uma guerra contra o México (entre 1846-1848). Passou uma noite na prisão e logo foi solto. Em 1849, publicou Desobediência Civil, onde conta sua experiência na prisão. A vida na floresta de Concord foi narrada no livro Walden (1854), um marco da consciência ecológica. Tornou-se conferencista engajado contra escravidão e ajudou diversos escravos a conseguir a liberdade. Seu exemplo inspirou vários líderes pacifistas no século XX, como o escritor Tolstoi e o político Gandhi. Pouco antes de morrer, lançou Caminhando (1862), enquanto Journals (Diário) foi publicado em 12 volumes, em 1906.

“(...)Hoje em dia há professores de filosofia, mas não há filósofos. Contudo é admirável ensinar filosofia porque um dia foi admirável vivê-la. Ser um filósofo não é apenas ter pensamentos sutis, nem sequer fundar uma escola, mas amar a sabedoria a ponto de viver segundo seus ditames uma vida de simplicidade, independência, magnanimidade e confiança. É solucionar alguns problemas da vida não só na teoria, mas também na prática. O sucesso dos grandes eruditos e pensadores assemelha-se ao dos cortesãos, não é um sucesso de soberano ou de homem. Arranjam meios de viver sempre em conformidade, da mesma forma que o fizeram seus pais, e de modo algum são os genitores de uma raça de homens mais nobres (...).”



Floresta de Concord em frente ao lago Walden

" A absoluta simplicidade e o despojamento da vida que o homem levava nos tempos primitivos tinham pelo menos a vantagem de deixá-lo ser hóspede da natureza. Quando se sentia retemperado pelo alimento ou pelo sono, tinha a estrada novamente diante de si. Morava neste mundo como se fosse numa tenda e estava sempre palmilhando vales, cruzando planícies, galgando cumes de montanhas. Mas vejam só! Os homens se transformaram nos instrumentos dos instrumentos. Aquele que na maior liberdade apanhava os frutos nas árvores quandos sentia fome, tornou-se agricultor; o que se deixava ficar debaixo de uma árvore por abrigo, virou caseiro. Não mais acampamos por uma noite, mas nos instalamos na terra esquecidos do céu".
Thoreau- Walden ou a vida nos bosques

continua...

segunda-feira, outubro 08, 2007


Lago Walden

"Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido."
Walden ou a Vida nos Bosques- Henry David Thoreau
parte 2

Sobre a moda:
"Reis e rainhas que usam traje apenas uma vez, feito sob medida pelo alfaiate ou costureiro de Sua Majestade, desconhecem o conforto de continuar vestindo uma roupa que se assenta bem, e nessa condição se equiparam a cabides de madeira em que se penduram roupas limpas...

...Homem algum caiu no meu conceito por ter um remendo na roupa, mesmo assim tenho certeza de que comumente há maior preocupação em estar na moda, com roupas limpas e sem remendos do que em ter a consciencia tranquila.

...tudo porque ele se deixa levar não pelo que é respeitável, mas pelo que é respeitado (falando sobre a imagem, a aparência). Eis porque conhecemos poucos homens e uma infinidade de paletós e calças."

excertos das paginas 28 e 29.

Casa ou moradia do homem:

"Uma grande distância medeia entre a casa e o campo. Seria ótimo, quem sabe, se pudéssemos passar um pouco mais dos dias e das noites sem nenhum obstáculo entre nós e os corpos celestes, se o poeta não falasse tanto à sombra de um telhado ou o santo não morasse entre quatro paredes por tanto tempo. As aves não cantam dentro das grutas, nem as pombas cuidam de sua inocência nos pombais."
pagina 33

"Concedo que a maioria das pessoas é capaz de comprar ou alugar uma casa moderna dotada de todo conforto. Ao passo que a civilização vem melhorando nossas casas, não vem aperfeiçoando na mesma medida os homens que vão habitá-las. Tem criado palácios, mas criar nobres e reis não tem sido fácil."
pagina 37

"Muitas pessoas parece que nunca pensaram o que é uma casa, e sem necessidade vivem pobremente a vida inteira, supondo que se obrigam ter uma casa como a de seus vizinhos."
pagina 38

...
..
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Sequer consigo argumentar qualquer coisa a respeito sem estragar a simplicidade da verdade esmagadora contida nesses trechos. Apenas leio e re-leio. Me aquieto e aprendo.

continua...

WALDEN ou a vida nos bosques- Henry D. Thoreau
Parte 1


"Desde a sua publicação, em 1854, Walden ou a Vida nos Bosques se converteu numa bíblia secreta, lida e amada no mundo inteiro. Sem este livro planetário, que une poesia, ciência e profecia, não teria havido Gandhi, o movimento ecológico e a rebelião mundial da juventude. A vida nas grandes cidades depende da vida nos bosques- assim, Walden levou a geração dos hipiies a redescobrir a terra e a natureza, as árvores e os rios, os bichos e as estrelas. Estimulou e justificou a desobediência civil contra o Estado guerreiro e tributário. Ensinou o homem a ser solidário mesmo na solidão, identificando seu semelhante- o outro ao mesmo igual e diferente- e a comungar com o universo.
A salvação do mundo e dos povos passa pela salvação do individuo, pelo respeito a liberdade individual e aos direitos à diferença e à diversidade- eis a lição suprema deste livro belíssimo e sábio que, dotado de uma juventude perpétua, nos ensina a amar a vida. Pelo seu dom de fazer florir e frutificar o coração do homem, esta obra é uma semente. "

De minha parte, sua leitura tem me proporcionado grandes insights e descobertas a cada página. Embora escrito a mais de um século, seu conteúdo se mostra relevante e atual. Sua descrição poética da natureza encanta e desperta: a vida é simples.

No capitulo 1: economia.

discursa sobre o trabalho:
"Por simples ignorância e equívoco, muita gente, mesmo nesse país relativamente livre, se deixa absorver por preocupações artificiais e tarefas superfluamente ásperas, que não pode colher os frutos mais saborosos da vida. A excessiva lida torna-lhes os dedos demasiado trêmulos e desajeitados para isso. Na realidade, o trabalhador não dispôe de lazer para uma genuina integridade dia a dia, nem se pode permitir a manutenção de relações mais humanas com outros homens, pois seu trabalho seria depreciado no mercado. Não há condições para que seja outra coisa senão uma máquina. Como pode ele ter em mente a sua ignorância- atitude indispensável ao crescimento interior- quando tem de usar seus conhecimentos com tanta frequência? Às vezes, antes de julgá-lo, deveríamos dar-lhe roupa e comida, além de chamá-lo para beber conosco."

alguém aceita uma bebida?! rs
abraço.
continua...

sexta-feira, outubro 05, 2007



"Sartre coloca os homens como a desgraça dos próprios homens, e a si mesmo, narrador-protagonista, como um personagem desgraçado, tentando não influir na vida de ninguém, por saber que a consequência de todo ato é essencialmente contingente. É um cara sozinho, com tendências suicidas pela falta de sentido da vida. Não vê saída, as contingências sempre existirão e isso é estar vivo. Já o suicídio é o fim, é a ausência do ser e tem menos sentido que a vida, porque se matar pela falta de sentido é nada mais que acreditar na ordem que nos é imposta de que em tudo deve haver sentido."
Comentário sobre "A nausea" do Jean Paul Sartre.

quem nunca pensou em desistir em algum momento?
talvez na tenra infancia ou na inflamada juventude.
na solidão e vazio da maior idade. (?)

uma pequena releitura dos poetas suicidas russos, um pequeno contato com os existencialistas e logo conclui-se: viver não é fácil.

ahh quando olho pra meus tropeçosos passos, eu percebo, viver não é fácil.
porque deveria?
dizem por ae que a vida é a maior aventura que pode existir, e sim não sairemos vivos. (?)

a morte é uma certeza incerta tabu... pode acontecer por agora ou por depois.
sendo-para-a-morte como ser-aí, aqui ou no mundo-que-mata?

e como é essa história de viver sem sentido?
esse tal de para-si, essa coisa de para-o-outro...

melhor "parar" mesmo, e re-parar na beleza dessa primavera que sutil me enche os olhos.
nenhum sentido a mais eu quero que aquele que não se faz sentir..
e acredite nao consigo descrever como tanto sinto.
talvez um dia até o inverno trará o sentir, além sentir-dor, além das muitas reflexões.
além de mim que passarei...

escrevo, perpetuo, e assim nem sempre atuo.

"porque brincar é coisa séria."
ahh Paulo Paz que verdade.!
As palavras que o digam.!

ricardo