sexta-feira, outubro 12, 2007



Sobre solidão e ir

...e era como se Deus estivesse ali com ele.
a ouvi-lo e compreende-lo.
em si ele sabia-ser puro desatino.
sozinho chorava.
embora nunca tivesse ser-sentido tão acompanhado.
sentia o peso do existir e do emergir.

sabia que nao podia desistir, pois não foi assim que foi feito.
perdida estava a inocência da facilidade de viver.
embora nada mais pudesse fazer.
além do prosseguir para o qual foi feito..
para onde? ele muito perguntou.
mas certo era que o ir-em-frente foi-ser um constante salto no vazio.
um profundo sofrer-ansiar.
um grande des-conhecido.
co-nhecido.
pela fé que não se explica apenas pelo sorrir enquanto chora-ser.
em completo acompanhado.
mas também só e a-bando-nado.
e livre.

e era como se tudo que buscasse sentido.
perdesse sentido.
e ele sabia.
prosseguir.
viver.
e não desistir.

e ele jamais soube que não existia solidão.
todo aquele sentir-só.
era só-sentir-se(r).


Grande abraço
Ricardo F. Silva

Um comentário:

Insensata disse...

bela poesia...