segunda-feira, abril 28, 2008

"Com Deus não se brinca"


fica o paradoxo para reflexão:

Alguns cristãos acreditam que pessoas más que cometem coisas más, plantam coisas más, erram, zombam de Deus, vivem dissolutamente, perdem os dons, desdenham do Pai são perdoadas e aceitas, porque *"Deus é bom", "Deus é amor", porque "a sua misericórdia dura para sempre", porque as "suas misericórdias não tem fim", porque "elas se renovam a cada manhã", porque "ele não nos imputa o pecado da nossa mocidade", porque se "Ele olhasse para nossos erros, nenhum de nós subsistiria". *salmos, jeremias, cartas de joão e outras.
Isso inclue os oprimidos, os excluidos, os alcoolatras, os deprimidos, os doentes fisicos, mentais e espirituais, os pecadores de uma forma geral, aqueles que não se bastam, pra citar brennam manning "aqueles cuja azeitona vive caindo da empada", aqueles que muitas vezes tentam e poucas vezes conseguem, "sede perfeitos como eu Sou perfeito" disse Jesus no conhecido sermão do monte.

Por outro lado, alguns cristãos acreditam que Deus nos faz colher aquilo que plantamos, insistentemente, ou pelo menos instituiu essa lei, "aquilo que você plantar, você colherá; porque de Deus não se zomba" diz novamente o texto biblico.
Estando, Deus, hoje, fora como observador de nossas ações e consequencias delas, ou como aquele que observa cuidadosamente e nos impoe as consequencias (?). Teria Ele admitido a destruição de um navio com 2.223 pessoas, porque uma pessoa declarou que nem o próprio o afundaria? seria uma forma de Ele mostrar que Ele é Deus e nós somos humanos? Que com Ele não tem brincadeira, as coisas são sérias e muito sérias? Citando o sermão do monte "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão". É, é esse Deus assustador que "matou" John Lennon porque ele em um momento de crise existencial, doença da vida, megalomania, falta de percepção, achou seu grupo musical, maior que o Cristo. O cristianismo não acabou e sua profecia não se cumpriu John; Deus o matou, e os cristãos continuam matando pessoas, e, também, grandes grupos musicais. Deus castigou Cazuza, é claro, com Aids, doença de gay, de pecador, de profanador, passaporte para o inferno, Deus a lançou sobre a humanidade; Não nos faltam exemplos, acerca de tantas outras "intervenções" poderosas de Deus, mostrando seu grandioso poder, principalmente sobre os pecadores, matando jovens embriagados, assassinos, prostitutas e outros.

Passa a ser aterrador, não crer ou simplesmente duvidar. Medo de pegar navios, aviões ou até mesmo compor música ou falar o que se pensa- mesmo rezando a constituição "é livre o direito de expressão artistica, politica, religiosa...", melhor não arriscar.

Desespero viver assim, vitima de contingências, colhendo o que se planta e nos melhores dias de plantio, regando coisas ruins. Somos maus, e nossa familia é a familia dos chamados pecadores, o batismo não mudou esse fato, nossos parcos atos de bondade não mudaram esse fato, no mínimo nos tornamos mais mascarados, escondemos melhor, a experiência religiosa nos ajuda com isso, disfarçamos os pecados capitais e estufamos o peito do fenomeno santidade da visibilidade.

O maior obstáculo para o cristão constitui-se em aceitar quem se é.

O melhor dentre nós, não consegue passar um dia sem o que Paulo denominou frutos da carne "prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e muitas outras coisas semelhantes a estas." ... Não obstante, santos, nos achamos plantando coisas boas, e fingimos colhermos coisas boas, todos nos veêm, a imagem está mantida, ninguém tem nada do que falar, estamos então em paz? a paz passar a consistir nesse fantasiar o Eu para agradar o Outro, numa temática religiosa sem fim, onde Deus passa a ser então, um raro figurante.

Devemos assumir que incapazes de uma plantar feliz, precisamos da graça, que contempla bons e maus plantadores, que aceita grandes agricultores e aqueles de horta de fundo de quintal, e ainda mais além, aqueles de escassas e porque não dizer, nenhuma semente. Nosso desempenho com o plantio é remetido a um segundo plano, e o desempenho definitivo dEle nos ajuda a sermos quem não somos: Santos, salvos, remidos, justos e curiosamente tudo isso, injustamente.

Precisamos dEle, que nos ame, nos leve de volta pra casa, pois entre tantos paradoxos, estamos no minimo, absolutamente perdidos.

Do primeiro ponto de vista, aceitação incondicional, confiança, segurança, amor, paz, santidade pela conquista dEle numa certa cruz, liberdade para amar e ser amado, liberdade para ser quem se é e assim poder se tornar como Ele. Graça de graça.

Do segundo ponto de vista, culpa, cuidado onde pisa, insegurança, paranóia, santidade pessoal por esforço, medo, atribuição de sentimentos humanos a Deus, de convicções de justiça humanas a Deus. Graça quase de graça. (não é graça!)

Concluindo,

Com Deus não se brinca, e Ele também não brinca com seus filhos.
A cruz foi definitivamente algo sério, e usá-la como instrumento de exclusão de qualquer, é fechar os braços do Cristo do amor.

De Cazuza e Lennon eu fico com a poesia e a excelente música, do titanic eu fico com a fisica e o planejamento maritimo, dos politicos eu torço o nariz e continuo não crendo (rs), das tragédias eu me lembro que continuo um ser vítima de contingências e isso é estar vivo (ser-para-a-morte), e do cristianismo eu fico com o Cristo do amor e nada mais.

Grande abraço
ricardo.
santo e hipócrita, amante e ignorante.
www.existenciapensada.blogspot.com

4 comentários:

Anônimo disse...

Baw, kasagad-sagad sa iya ubra blog!

Os Esquecidos disse...

Você é um babaca...
Aids não é doença de gay, ela não escolhe, não tem cor, não se mostra!!!

Babaca

ricardo f. silva disse...

Alessandra (os esquecidos), em qual momento coloquei "aids como doença de gay"?

presta mais atenção em suas leituras para não comentar bobagem.

Deus disse...

Bem!