sexta-feira, abril 15, 2011

discípulos e Discípulos


Sêneca, filósofo, disse certa vez que “todos os portos parecem distantes, quando não se sabe aonde quer chegar”. Alice em suas aventuras no país das maravilhas perdeu sua direção, ao encontrar o Gato de Cheshire lhe perguntou “...qual o caminho para sair daqui?” – o Gato lhe respondeu “Isso depende muito do lugar para onde você quer ir”. Alice retorquiu “Não me importa muito onde...” o Gato então assinalou “Nesse caso não importa muito por onde você vai...”.

O discípulo sem Mestre é aquele que caminha por si. O discípulo sem Mestre um dia disse “sim”, mas optou por ignorar sua cruz todos os outros dias de sua vida. O discurso é comovente, as ações incoerentes. É um paradoxo morto, doente, não inspira ninguém. Por não saber para onde vai, toma qualquer caminho. Ah, é como a “...folha ao vento”. Nenhum porto lhe é visível, apenas navega sem direção. Segue de coro a canção “deixa a vida me levar...”. Muitos ditos cristãos ainda não sabem para onde estão indo!

Pensando o discipulado, passo inerente à genuína conversão cristã, ser discípulo é seguir, ir após outro- é ter Mestre! Abandonar-se, entregar-se, submeter-se a esse “homem que ensina”. É responder à pergunta “em minha situação o que faria Jesus?”. De fato, é impossível ser discípulo sem um Mestre, é impossível ser cristão sem seguir a Jesus Cristo.

O discípulo verdadeiro é uma incógnita, um paradoxo vivo, saudável, inspirador. Embora “Ninguém sabe de onde veio, ninguém sabe para onde vai.” ele sabe muito bem de onde veio e para onde está indo. Não nasceu das estruturas desse mundo, “carne ou sangue”. É alienígena. Está de passagem. Dele “o mundo não é digno”. Ele acompanha Jesus.

Mesmo uma leitura superficial dos evangelhos é suficiente para ouvir aquela doce voz convidar: “siga-me”, se obedecermos, já estaremos no Caminho, e claro será nosso porto.

Ricardo F. Silva
Livre, preso, pleno, em Cristo
15/04/2011

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