
Sêneca, filósofo, disse certa vez que
“todos os portos parecem distantes, quando não se sabe aonde quer chegar”. Alice em suas aventuras no país das maravilhas perdeu sua direção, ao encontrar o Gato de Cheshire lhe perguntou “...qual o caminho para sair daqui?” – o Gato lhe respondeu
“Isso depende muito do lugar para onde você quer ir”. Alice retorquiu
“Não me importa muito onde...” o Gato então assinalou
“Nesse caso não importa muito por onde você vai...”. O discípulo sem Mestre é aquele que caminha por si. O discípulo sem Mestre um dia disse “
sim”, mas optou por ignorar sua cruz todos os outros dias de sua vida. O discurso é comovente, as ações incoerentes. É um paradoxo morto, doente, não inspira ninguém. Por não saber para onde vai, toma qualquer caminho. Ah, é como a
“...folha ao vento”. Nenhum porto lhe é visível, apenas navega sem direção. Segue de coro a canção
“deixa a vida me levar...”. Muitos ditos cristãos ainda não sabem para onde estão indo!
Pensando o discipulado, passo inerente à genuína conversão cristã, ser discípulo é seguir, ir após outro- é ter Mestre! Abandonar-se, entregar-se, submeter-se a esse
“homem que ensina”. É responder à pergunta
“em minha situação o que faria Jesus?”. De fato, é impossível ser discípulo sem um Mestre, é impossível ser cristão sem seguir a Jesus Cristo.
O discípulo verdadeiro é uma incógnita, um paradoxo vivo, saudável, inspirador. Embora “
Ninguém sabe de onde veio, ninguém sabe para onde vai.” ele sabe muito bem de onde veio e para onde está indo. Não nasceu das estruturas desse mundo,
“carne ou sangue”. É alienígena. Está de passagem. Dele
“o mundo não é digno”. Ele acompanha Jesus.
Mesmo uma leitura superficial dos evangelhos é suficiente para ouvir aquela doce voz convidar:
“siga-me”, se obedecermos, já estaremos no Caminho, e claro será nosso porto.
Ricardo F. SilvaLivre, preso, pleno, em Cristo15/04/2011