sexta-feira, junho 11, 2010

Apenas um segundo de céu...

Posso fechar os olhos, partir
Ouço o som e paz
Apenas um segundo de céu, e paz
Madrugada, acordo
Ele fez por mim...
Mais um dia, posso abrir meus olhos

E olha que faltou o sabiá!
Talvez este venha no fim...
É um desproposito, emendar morte-frio, com aquela infância
Não pode ser mero acaso do Criador
Lembrar que ir e vir, é só para Ele

Inventou mangueiras, sabiás, roseiras
A dor criou! com ela, poesia!
Para ser filho dEle, basta tendo nascido aqui, o suspiro
Salva, salva também a mim!
Não ser cego de alma!
Falta algo! mas Ele o fez,
em simples convite o disse- Busque, a mim!

Oh alma abatida, frágil, inquieta alma, mais uma vez, espere
Ele, já, vem.

“Doce mistério, o seu amor por mim
Nasce o sol, nasce a luz, nasce em mim
Ainda nem se fez manhã, eis me aqui a te buscar
Sem ti a vida é vã, sem razão passará...” João Alexandre



quinta-feira, junho 10, 2010

Poker



Algumas fichas, semblante fechado
Impasse
Aposta, bravura
sorte

Não! se ainda não venceu...
Há algumas rodadas
respostas, jamais
apenas objetos redondos
quase olhares
virtudes derramadas
em rios
em verdade
no risco

Se aposta para a vida
rende-se algo
sorrisos
amigos
objetos redondos de boa economia
chamam fé fechar os olhos,
o pensamento é mais lento
a ação foi, e disse:
é para ir, que vim
se não for,
serei?

Acordar todos os dias,
perdendo, ganhando
chorando,
susto de alegria
esse que vem,
quase que sempre-no-fim
o alívio para a dor
distância a suspeita
surpresa!
é melhor assim...
se já ganhou vida,
que é a morte?
aposta,
é porque vim.

ser-para-a-morte?
só até o fim.
e nunca mais...

Ah desde aquela morte, antes-só-vivo, agora-começos-acompanhado.
Desde aquela-vida-nova, acabaram-se as apostas.

terça-feira, junho 08, 2010



Ao menos moro no alto das montanhas
E o que importa se aqui passa carros?
Ter ar gélido, tem marrom, ar temperado
Doce, como um espetáculo

Como (?) se tudo que pedi, fosse isso (aqui)
No dia que sonhei
Mal sabia, tardia o en-tarder-ser
Vento frio

Como chegará a noite?
Talvez alegria- que outros chorem!
Os invernos da vida!
Já me bastam estes, vinte e poucos outrora...
Já me basta de ser pedaço ao vento e re-lento
Se penso, o que?
Se me vês, me diga, meu ser
És tu, impostor, trai-dor, conserva-dor
Frio e dor
Ou é só o outro, batendo na porta, pedindo coragem
Gemendo, sonhando, relento, montanha e vento
Se os carros que passam, são para desprezo
Se a vida que se leva, é para a frente
e se perdeu a linha, perdeu a corrida...

A esperança, não tem estação, é maior que a vida.
E a vida, sobre as montanhas, manda noticias.
Extra extra, nasce mais um, perdedor, fracasso e cruz
E olha a vergonha, pasmem- ela não era dele...!