Amendoeiro em flor. 1890. Van Gogh.
A
possibildade de primavera me encerra
me embala os
ultimos dias de inverno
acalenta a
esperança, me afeta
esperar com
data é espera incerta
Estações
esquisitas, mundo pós-moderno
esperar ao
léo, é fé premiada
esperar
melhoras é recurso raro, alheio, ao lado
mas quem
espera, sempre a-certa.
Se orasse
dores e sussurrase amores,
colheria
invernos, pelos tempos distantes (que época!)
Sorrio, passo
adiante, logo, será primavera.
Ela vem para
dizer que nem tudo é inverno
Que no meio,
no fim, no ínicio, tudo já está certo
Em ti,
Senhor, espero um dia não,
espero todos
eles, um por um.
Dizem que é
vão:
Sei não,
espero como quem sonha.
Como com
saudades.
Como quem
vive perdido,
mas não perde
a vontade:
Ver teu Reino
por estas bandas de cá,
como é do
lado daí.
Cansei de
desistir, já cruzei uma linha sem volta.
E se volto
(por vezes!), temo não.
Não poderia
ir a outro lugar que não a Ti.(Senhor!)
Des-caminhos
são curtos, a vida será longa. (Eterna!)
Tá tudo muito
bem resolvido, os dias entrego,
e enquanto
for inverno, será desejo de primavera.
Ricardo Ferreira Silva
Livre, preso, pleno, em Cristo.